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Impressão
Paranormal
Microbo$ft Nega Conhecimento dos Bugs
A Linguagem Está Lá Fora |
Episódio
8
-
Sem exceções, toda vez que dá tilt em algum computador,
tem gente morrendo lá. Já estão todos com medo de
ligar computador por lá. E não adianta falar pra eles que
computador não mata ninguém, que eles não acreditam
- explicava o assistente-diretor Skinnys aos agentes Fox Folder e Danna
SCSI, que ouviam atentamente. - Vão para
lá agora e vejam o que está acontecendo.
Chegando
em Piracicaba, interior de SP, Folder e SCSI foram procurar o necrotério
municipal, onde preparavam mais um cadáver para o enterro no cemitério
perto dali. Vendo os agentes chegarem, alguém que estava sentado
à uma mesa vendo alguns papéis, se levantou e veio ao encontro
de Folder e SCSI.
-
Bom dia, meu nome é Serafim. Sinto muito pelo transtorno da viagem,
mas como aqui não tem FBI, tivemos que pedir ajuda para a prefeitura
de sua cidade. Isso já está fora do controle...
- Tudo bem - disse Folder - Vamos
ver se eu entendi direito... Todas as vezes em que dá problema
num computador, alguém da cidade morre, é isso?
- Mais ou menos, esse negócio está ficando mais complicado
ainda. Às vezes, dá problema em vários computadores
ao mesmo tempo, às vezes, não é só os computadores,
mas pequenos aparelhos eletrônicos, como relógios digitais,
por exemplo... daí... depois de alguns segundos, sempre tem alguém
que passa mal e depois morre - explicava Serafim.
- E onde estão os corpos? -
perguntou SCSI
- Dos mortos? No cemitério, oras! O cara
que faz as autópsias aqui está de férias e a gente
enterra o pessoal direto, sem autópsias mesmo...
- E onde estão o que sobrou dos micros?
- O que sobrou? Mas os micros continuam funcionando, depois de uns 5 minutos
que a pessoa morre, os micros voltam ao normal...
- Bom... Depois eu vejo os micros, então vamos ver os corpos..
a gente vai precisar abrir algumas sepulturas para dar uma olhada nos
corpos... - disse SCSI
- Por mim tudo bem, vamos andando.
Serafim
esperou que os agentes pegassem tudo o que precisavam, e os liderou até
o cemitério da cidade. Seguindo serafim, Folder comentou reservadamente
com SCSI:
- Você já fez isso antes?
- Não, mas autópsia é autópsia. Fui treinada
para desmontar computadores, mas seres humanos teoricamente são
mais fáceis...
- Chegamos! - avisou Serafim - Fiquem
a vontade, aqui está a lista das dez vítimas.
- Obrigado, agora pode deixar com a gente, não vamos precisar abrir
dez sepulturas, apenas duas ou três. Nos encontraremos no necrotério
de novo, seu Serafim, obrigada. - falou SCSI
Depois de
alguns minutos, enquanto o agente Folder observava uma das sepulturas,
SCSI abria o primeiro caixão.
- Folder, corre até aqui! -
gritou SCSI.
Chegando
até o caixão aberto, Folder olhou por alguns segundos o
corpo deteriorado no seu interior e exclamou:
- Puxa! Esse aí, já está
enterrado há uns seis meses não?
- Não, Folder. Morreu anteontem e foi enterrado ontem de manhã,
veja a lista.
- Mas não pode ser, já está quase todo deteriorado,
e olha essa gosma pegajosa, em volta dos ossos...
- Venha, vamos abrir as outras nove sepulturas.
Depois de
duas horas e meia, todas as dez sepulturas indicadas pelo seu Serafim,
já estavam abertas e apresentavam o mesmo tipo estranho de cadáver.
SCSI recolheu algumas amostras de tecido dos corpos e tornou a fechar
cada uma das sepulturas abertas. Já estava quase na hora do almoço
quando voltaram ao necrotério. Serafim estava acabando de digitar
algumas informações no computador, quando os agentes chegaram.
- Seu Serafim, tem alguma coisa muito estranha
acontecendo por aqui. Como exatamente essas pessoas morreram?
- Perguntou SCSI
- Ainda não houve casos com testemunhas,
dona SCSI. Por coincidência, em todos os casos, a vítima
estava sozinha com o computador... - explicava Serafim, quando
foi interrompido pelos beeps do seu relógio de pulso.
Enquanto
Serafim apertava alguns botões em seu relógio, Folder notava
que a tela do computador onde Serafim estava trabalhando, estava tendo
sinais de interferência, mostrando os caracteres distorcidos. Foi
quando Serafim deu um grito alto e logo, assumindo um estranho brilho
azul em toda a sua pele, e caindo todo encolhido no chão, logo
em seguida.
Folder e
SCSI, muito assustados, ficaram olhando para Serafim e para o computador
onde ele estava trabalhando. Depois de alguns poucos segundos, Serafim
se silenciou de vez, aparentemente morto e a tela do computador voltou
ao normal, sem as interferências, mas com a tradicional tela azul
de erro.
No dia seguinte,
depois do enterro do seu Serafim, Folder e SCSI voltaram para o laboratório
da F.B.I, onde haveriam de pegar os resultados dos exames feitos nas amostras
de tecido recolhidas pela agente SCSI. Ao invés de receberem os
resultados em papel, como estavam acostumados, eles foram levados ao interior
do laboratório, onde um dos funcionários da F.B.I., mostrava
a tela de um microscópio eletrônico.
- O que são esses grãos, que aparecem
no vídeo? - perguntou Folder.
- É ferrugem. - respondeu o
funcionário da F.B.I., ainda fazendo ajustes no microscópio
- E está vendo essas coisinhas aqui? Vejam
bem, são micro máquinas eletrônicas menores que uma
célula. De alguma forma, elas agiram como anticorpos nas células
das pessoas que as possuíam, matando-as. Isso também pode
gerar ondas eletromagnéticas que podem causar interferências
em equipamentos muito sensíveis...
- É isso, SCSI! - interrompeu Folder - Não
era os computadores que matavam as pessoas... eles apenas sofriam interferência
causada por esse.. essa... coisa, dando pau logo em seguida.
- E veja só - continuou o operador do microscópio
- bem aqui no cantinho desse mecanismo...
- © 1999 by Pintel Corp. Made in Taiwan - leu o agente
Folder, na tela do microscópio.
- E nem adianta ir procurar resposta pra isso
na fábrica da Pintel, que eu já tentei e você fica
sentado o dia inteiro esperando o responsável pra falar com ele,
e nada... E tem mais outra coisa... Todas as pessoas tem algo em comum.
Todas elas tomaram uma vacina contra gripe que estava sendo testada por
uma clínica nova, que havia aberto em Piracicaba, mas que fechou
logo em seguida, e adivinha quem tomou uma dose também?
- Serafim! - exclamou SCSI.
- Exatamente! - continuou o operador
- Ao todo foram doze pessoas, e uma delas estava
fora da cidade, mas já morreu também...
- Bom... guarde isso, meu rapaz... - disse Folder - não
sabemos o que a Pintel e a Microbo$ft estão tramando, mas guarde
isso... já é alguma coisa a nosso favor. ...continua...
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- "Zeros e Uns"
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