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Impressão
Paranormal
Microbo$ft Nega Conhecimento dos Bugs
A Linguagem Está Lá Fora |
Episódio
27
Eram 02:30
da manhã de quarta-feira, quando o técnico em informática
Fox Folder estava voltando à sua pequena oficina na rua Quintino.
Folder havia esquecido na oficina o osso de brinquedo de Fiofó,
o cachorrinho da SCSI, que agora estava sob seus cuidados. Enquanto
acabava de virar a esquina da rua Quintino, de longe já percebeu
um carro parado em frente à sua oficina, cuja porta estava entreaberta.
Folder levou a mão sob seu casaco para pegar sua arma, mas lembrou-se
de que não era mais agente da FBI, e agora estava desarmado. Conforme
se aproximava da porta entreaberta de sua oficina, ouvia estranhos ruídos
que pareciam pequenos objetos quebrando. Folder se aproximou da porta
e olhou para dentro, notando que havia alguém na parte do fundo
do galpão, atrás da divisória. Folder corajosamente
entrou na oficina e sem fazer nenhum barulho, fechou a porta com a chave,
trancando-se lá dentro com o estranho.
- Se for ladrão, ele não escapa!
- pensou Folder consigo mesmo.
O ex-agente
sentiu um forte cheiro de cigarro e entrou na parte de trás da
oficina, deparando-se com o segundo homem mais procurado da FBI - o Cigarreiro
em pessoa.
- Ei! O que você está fazendo aqui?
- perguntou Folder muito nervoso - Como entrou
aqui?
O Cigarreiro
deu mais uma tragada em seu cigarro fedido, esperou alguns segundos calmamente
e respondeu:
- Isso não interessa, Sr. Folder. Apenas
isso aqui importa.
Folder olhou
para onde o Cigarreiro apontava e viu a fita cassete que ganhara de Lango-Lango,
que acabara de ser completamente destruída sob os pés do
Cigarreiro. A fita estava em pedaços e irrecuperável.
- Como sabia dessa fita? - perguntou
Folder - Como sabia o que tinha nela? Eu tranquei
a porta por dentro, agora você não sai daqui sem me explicar
tudo!
O Cigarreiro
deu outra lenta tragada em seu cigarro, respirou fundo, e disse:
- Sr. Folder, não tive problemas em entrar
aqui com a porta trancada. Você acha realmente que eu vou ter problemas
em sair?
- Onde você conseguiu uma chave daqui? Como sabia que eu trabalhava
nessa oficina? - perguntou Folder, ainda mais irritado.
O Cigarreiro
de novo, deu mais uma tragada, pensou por uns minutos..
- Sr. Folder, o senhor não tem idéia
de com quem está falando. Eu tenho meus contatos, meus métodos
e meus objetivos. Também sou da FBI, assim como você era,
mas estou muito acima de qualquer um que você conhecia lá
dentro.
Enquanto
Folder digeria o que havia ouvido, o Cigarreiro dava mais uma tragada.
- Não queira compreender o que você
não pode. - completava o Cigarreiro -
E você não vai me capturar, pois já não está
mais na FBI, e isso não importa mais para você. A única
coisa que te importa agora é a saúda da sua ex-parceira,
e a verdade sobre a sua irmã desaparecida aos 11 anos.
- Como você pode dizer que está na FBI se você é
procurado por ela? Como você pode afirmar isso se você é
o braço direito do homem mais procurado pela FBI - o próprio
Gill Bates. E o que você sabe sobre o sumiço da minha irmã?
- perguntava Folder impacientemente.
Alguns segundos
depois de outra tragada, o Cigarreiro começou a andar devagar em
direção à porta e disse à Folder:
- O mundo ainda não está preparado
para saber certas coisas, Folder... - logo foi interrompido
por Folder que perguntara - E quem é você
para julgar e decidir isso?
- Você também não está. - disse
o Cigarreiro - Já perguntou ao seu pai
sobre a sua irmã, Folder?
- Mas que diabos tem o meu pai a ver com essa história toda?
- gritou Folder - É a quarta ou quinta
vez que ouço falarem no meu pai aqui nessa série e ainda
não estou entendendo nada! Meu pai tem o costume de sumir por uns
meses em suas pescarias no pantanal, e ainda não o encontrei!
- Você realmente acredita que ele vá pescar, não é?
- disse o Cigarreiro. Folder ficou em silêncio, e o Cigarreiro completou:
- Seu pai é o grande responsável
pelo desaparecimento de sua irmã, Folder. Sua irmã está
agora em um lugar secreto mantido pela Pintel e pela Microbo$ft. Ela foi
vendida, Folder. Seu pai vendeu sua irmã para a Pintel, a fim de
pesquisas científicas.
Folder sentou-se
em uma cadeira que havia ali perto, abaixou a cabeça e a apoiou
sobre as mãos, dizendo:
- É mentira! Minha irmã não
é cobaia de laboratório científico!
- Talvez você queira perguntar ao seu pai, Folder. -
disse o Cigarreiro abrindo a porta da oficina de Folder com uma chave
que tirou do bolso - Pergunte e veja o que ele
lhe dirá. Logo ele estará de volta de sua..... pescaria.
Pergunte à ele se o acidente com o caminhão da Microbo$ft
que atropelou sua irmã não foi forjado. E veja o que ele
lhe dirá.
Folder permanecia
quieto e imóvel, tentando encontrar alguma lógica no que
o sujeito dizia. O Cigarreiro saiu da oficina, entrou no carro que estava
logo em frente, jogou o toco de cigarro fora, abaixou o vidro e disse
à Folder, que estava ainda sentado nos fundos da oficina:
- Sua irmã está bem, Folder. E
você ainda vai vê-la na hora certa. A hora H está chegando,
Folder...
- Que hora H? - berrou Folder lá de dentro - Hora
de quê?
O Cigarreiro
acelerou seu carro e desapareceu nas sombras da cidade. Folder ficou ali
por mais ou menos meia hora, fechou a oficina e voltou para casa, quando
viu Fiofó abanando o rabo e notara que esqueceu de novo o osso
de borracha na oficina. ...continua...
Não perca o próximo episódio de ActiveX
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