Impressão Paranormal
Microbo$ft Nega Conhecimento dos Bugs
A Linguagem Está Lá Fora


Episódio 19
O Fantasma da Balsa

No porão da FBI (Federação Brasileira de Informática), onde ficavam os arquivos da seção ActiveX (departamento destinado a resolver casos inexplicáveis), os agentes Folder e SCSI estavam limpando a sala, depois de uma noite tempestuosa, onde uma grande goteira do teto molhou o computador da sala e estragou vários arquivos de papel que estavam temporariamente no chão (por favor, não pergunte como a água da chuva pode gotejar do telhado, passar pelos andares intermediários do prédio de vinte andares da FBI e chegar até o porão). De repente alguém bateu à porta. Era o assistente-diretor Skinnys.
- Pessoal, - anunciou Skinnys - tem mais um caso aqui pra vocês. Deixem essa sujeira ai, que depois o pessoal da limpeza arruma. Algo de estranho está acontecendo numa balsa do Rio Tietê. Testemunhas dizem ter visto esse homem por lá.

Skinnys deixou cair um retrato falado sobre a mesa da pequena sala.
- É o Cigarreiro! - disse a agente SCSI.
- Isso mesmo! - completou Skinnys - E já é a segunda vez que essa balsa bate nas colunas da ponte do Rio Tietê e impede o trânsito pela ponte.
- Essa balsa é controlada por computador agora?
- perguntou o agente Folder.
- Não, - respondeu calmamente Skinnys - mas a FBI foi acionada através da polícia normal, após ficarem sabendo que estamos à procura desse homem, o Cigarreiro.
- Bem...
- pigarreou o agente Folder - mesmo que essa balsa não seja controlada por computador, é melhor irmos investigar, já que o Cigarreiro está lá.

Aproximadamente 1 hora, 19 minutos, 12 segundos e 345.23 milésimos depois, Folder e SCSI acabavam de estacionar o carro perto da margem do Rio Tietê, próximo de onde estava a balsa e o encarregado do transporte. O homem de chapéu estava sentado à beira da balsa com os pés sob a água do rio, e quando avistou os agentes, pegou rapidamente um pequeno documento do bolso e mostrou aos agentes dizendo já irritado:
- Está aqui a minha carteirinha, não adianta vocês virem de novo que eu já disse, não estou pescando. Eu sei que aqui é proibido pescar, olha só.. eu estou sem vara, sem linha, sem anzol... enfim: NÃO ESTOU PESCANDO!!
- Calma, moço..
- disse SCSI - não somos da polícia florestal, somos da FBI e viemos investigar certas queixas surgindo a respeito de sua balsa!
- Ah, booom!!
- disse aliviado o dono da balsa - Assim sim...

O homem se levantou por completo e ergueu sua perna direita, onde havia um pequeno pedaço de linha de nylon amarrada ao dedão de seu pé, com um pequeno anzol na outra extremidade.
- Que bagre filho duma truta! - disse irritado o pequeno homem - e não é que ele levou a minha isca de novo?!?

O homem esticou a mão para os agentes e cumprimentou:
- Meu nome é Osvardo, eu é que sou o responsável pela balsa aqui, e ultimamente tem acontecido uns treco meio estranho por aqui, não sabe?
- É, ouvimos falar, seu Osvardo.
- respondeu o agente Folder - É por isso que estamos aqui. Diga, você tem visto esse homem?

O pequeno Osvardo olhou para o retrato falado do Cigarreiro e disse:
- É, nós vimo ele sim... umas duas eu três vezes por aqui durante a noite. Ele tava mexendo no motor da balsa, mas depois eu chequei tudo e tava tudo em ordem.
- O que mais tem havido de estranho por aqui, seu Osvardo?
- perguntou SCSI
- Bom... - começou Osvardo - durante a noite a gente ouve uns barulhos esquisitos por aqui, parece que tem gente batendo ou mexendo por ai, pela balsa, mas eu saio para olhar e não vejo ninguém.
- A que horas mais ou menos isso costuma acontecer?
- Perguntou Folder.
- Ah, não é muito tarde não, quando acontece é lá pelas oito ou nove da noite. - disse Osvardo.
- Bom... que tal esperarmos, SCSI? - perguntou Folder - São seis e meia agora, não vai ser muito tempo não... enquanto isso a gente come umas pamonhas de milho e toma um caldo de cana ali naquela cantina.

As oito da noite, já havia uma pequena multidão ali perto, pois estava na hora da balsa atravessar o rio, levando os passageiros da margem onde estavam Folder e SCSI até a outra margem. Folder e SCSI embarcaram com os outros passageiros, a fim de acompanhar toda a travessia.

Quando a balsa estava atracando na margem oposta, apesar da fraca luz do local, Folder conseguiu identificar o Cigarreiro, olhando pelo retrovisor do carro que o levava. O Cigarreiro, quando percebeu que foi identificado, ligou rapidamente o motor, acelerou e conseguiu passar para a outra margem, já que a balsa estava praticamente atracada na margem. Folder tentou seguí-lo, mas não era possível, pois seu carro estava na margem onde ele havia estacionada, há horas atrás. SCSI chegou junto a Folder, no chão arenoso da margem, mas nada podia fazer, tendo em vista que o Cigarreiro já deveria estar longe.

Depois que todos saíram da balsa, ela voltou para a margem original e os agentes da FBI foram dar uma olhada no motor da balsa, que segundo Osvardo, havia atraído a atenção do Cigarreiro. No motor não havia nada de especial, mas ali perto havia um alçapão que dava acesso à parte de dentro da fuselagem da balsa. Folder abriu o alçapão, pegou uma lanterna e se enfiou até a cintura lá dentro, procurando encontrar qualquer coisa de diferente. Quando Folder saiu do buraco, tinha em sua mão um pequeno tudo de vidro com um líquido azul brilhante, parecido com os micro mecanismos brilhantes encontrados em alguns episódios anteriores.
- Será que ele estava procurando isso? - perguntou Folder.
- Ou colocando isso ai? - disse SCSI.

Nesse instante ouviu-se um ruido alto vindo da outra parte da balsa.
- Olha lá, olha lá!! - disse Osvardo, empolgado - é o fantasma que eu tinha falado, já tá fazendo barulho!

Folder e SCSI começaram a caminhar na direção dos barulhos, a fim de descobrir do que se tratava. Alguns ruídos estranhos ainda eram produzidos naquela direção, em intervalos irregulares de tempo.

Os agentes chegaram à uma parte da balsa que quase não era iluminada, e a escuridão da noite ajudava a escurecer tudo. Embora Folder ainda estivesse com a lanterna usada no buraco da balsa, as pilhas estavam bem fracas. SCSI parou um instante e disse:
- Folder, não está sentindo um cheiro estranho?
- Desculpe, SCSI.
- respondeu Folder - Fui eu... Foram as pamonhas que eu comi na cantina.

Os agente continuaram por mais alguns metros e ouviram um click de uma arma, vindo de trás. Folder e SCSI pararam imediatamente permanecendo congelados.
- Não se virem! - disse a voz que vinha de trás deles - Eu estou armado. Não pretendo feri-los, apenas deixem esse frasco no chão e saiam pela aquela porta à direita, sem se virarem.
- Quem é você?
- perguntou Folder.
- Um amigo, Sr. Folder, apenas faça o que eu disse - respondeu o estranho.
- E porque eu deveria? - insistiu Folder.
- Porque seria bom pra nós dois, Sr. Folder. Pelo seu pai pelo menos. - respondeu a voz atrás deles.
- Meu pai? O que o meu pai tem a ver com isso? - Perguntou Folder mais ansioso.
- Foi seu pai quem escondeu esse frasco ai, Sr. Folder. E aquele homem que você estava perseguindo, queria pegá-lo, mas não sabia exatamente onde o frasco estava escondido. Esse frasco guarda um segredo muito importante, Sr. Folder. E que quase custou a vida de seu pai. Deixe o frasco no chão agora mesmo e sai por aquela porta.

Folder abaixo vagarosamente o frasco de vidro e deixou-o sobre o chão, ainda perguntando:
- O que tem nesse frasco?
- Vá andando para a frente, em direção àquela porta
. - disse o homem - Esse frasco contém a salvação. A resposta para um problema que a humanidade enfrentará num futuro próximo. Esse frasco quase custou a vida de seu pai, e não deixe que ele custe a sua vida também, sendo assim, vá andando e não olhe para trás.

Depois de alguns segundos, quando os agentes já tinham alcançado a porta, Folder olhou para trás vagarosamente, mas o lugar já estava vazio, e o frasco havia sumido. ...continua...


Não perca o próximo episódio de ActiveX - "Tunguska"