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Impressão
Paranormal
Microbo$ft Nega Conhecimento dos Bugs
A Linguagem Está Lá Fora |
Episódio
17
Estavam nossos
agentes Danna SCSI e Fox Folder na sala do assistente-diretor W. Skinnys,
quando o assistente do assitente-diretor entrou na sala trazendo uns papéis,
que colocou sobre a mesa onde etavam todos. Skinnys pegou alguns dos papéis
e se inclinou para frente, para mostrar melhor aos agentes os detalhes
da missão daquele dia.
- Vejam! - disse Skinnys - Aqui
é a fazenda onde tudo isso está acontecendo. Eles tem uma
rede de computadores lá que aparentemente está em perfeitas
condições, e ainda assim os gados rastreados pela rede andam
desaparecendo.
- Hhhmm... fica perto da fazenda do Lango-Lango. - disse a
agente SCSI.
- Quem é Lango-Lango? - perguntou
Skinnys desconfiado.
- Ah, é um cara que ajuda a gente de vez
em quando... - respondeu Folder -
Inclusive foi ele que salvou o navio no episódio passado, gente
fina ele...
- Bem... - disse Skinnys - vão
pra lá e vejam o que está acontecendo!
Vinte minutos
depois, os agentes Folder e SCSI estavam na fazenda indicada por Skinnys,
e foram falar com os habitantes das redondezas antes de ver diretamente
o proprietário. Uma velha senhora que estava limpando o lado de
fora de sua casa, perto da porta, disse:
- Ói, moço, uceis que saum da cidade,
que saum estudado, pode num crê nas coisa que a gente ove aqui,
sabe. Mas diz que di noite, o chupa-cabra pula a cerca da fazenda do Zé-linguiça
e vem pra mor de pegá as nossa criação que a gente
cria com tanto custo!
Um senhor
idoso que estava sentado à frente de sua casa, enrolando um cigarro
de palha, disse:
- Nas noite di lua cheia, a mula sem cabeça
chega e começa dá coice nos bicho e fica espantando eles
pra longe. Daí, quando os bicho acorda di manhã, num sabe
vortá pra ca e fica tudo por ai perdido.
Um garotinho
que estava encostado num muro, com o polegar na boca e um cobertorzinho
azul na outra, alegou:
- Na noite do Dia de Todos os Santos (31 de Outubro),
a grande abóbora se levanta do canteiro de abóboras e vem
trazer presentes pra todas as crianças que foram boazinhas durante
o ano. Daí os bichos da fazenda se assustam e fogem de medo, pra
nunca mais voltarem.
Folder e
SCSI se entreolharam por um momento, mas ficaram em silêncio. Um
outro rapaz que estava plantando algo que parecia ser um tomateiro, tentou
dizer:
- Olha.. na noite de Natal, o Cãozinho
da Páscoa...
- Tudo bem, - mas foi interrompido
bruscamente por SCSI - já é o suficiente,
estamos muito agradecidos pela sua cooperação. Venha, Folder,
vamos à sede da fazenda falar diretamente com o proprietário,
senão você já viu onde isso vai parar...
Folder e
SCSI atravessaram um pasto com algumas cabeças de gado (com o resto
do corpo de cada um grudado nas cabeças) e chegaram à sede
da fazenda. Foram recebidos por um homem alto de chapéu, que mostrou
aos agentes os computadores que controlavam seus animais. O programa principal
mostrava uma tela com fundo preto e vários círculos concêntricos
por onde apareciam pequenos pontinhos verdes, lembrando muito as telas
de radar de aeroportos.
- Vejam! - disse o proprietário
da fazenda - É assim que rastreamos os
animais. Cada pontinho verde desse se movendo é uma cabeça
de gado (com o resto do boi grudado), e por onde ele for, esse pontinho
deverá ir também, acusando sua direção e alertando
para o possível caso de ele se perder se sair dos limites da fazenda
ou do alcance desse sistema.
- Hhhhmm... interessante... - disse o agente Folder - Por
um acaso vocês não usam o rWindows não, né?
- Nãããoooo... - disse o proprietário
- aqui só entra programa que funciona!!
rWindows nem pensar!! - Folder virou para SCSI e disse calmamente:
- É, SCSI. Aqui então não
deve ter nada de errado não. Se ele usasse rWindows, a gente só
trocava pra ele, mas nesse caso, acho que a verdade está lá
fora mesmo. Vamos ter que observar os animais por ai pra ver o que pode
estar acontecendo...
- O tio... - disse SCSI chamando pelo proprietário da
fazenda que estava observando-os - Como vocês
conseguem detectar seus animais nessa tela? Vocês devem colocar
uma espécie de bip neles, e cada um com uma freqüência
diferente de transmissão, não?
O tio fez
uma cara de quem já esperava pela pergunta e explicou:
- Sim, é isso mesmo. Nós colocamos
uma espécie de brinco na orelha direita de cada animal que queremos
controlar. E nesse brinco, tem um micro sistema muito simples que produz
um tipo de eco a determinadas freqüências que emitimos de nossa
antena no telhado. Dessa forma, a posição de cada animal
pode ser observada constantemente.
- E vocês nunca presenciaram um de seus animais se perder, por esse
radar? - perguntou SCSI.
- Bem... - respondeu o tio -
isso é uma coisa curiosa. Sim, presenciamos várias vezes,
mas acontece algo de muito estranho. O pontinho verde está lá
parado, e de repente começa correr para a beirada da tela numa
velocidade que dificilmente os animais daqui alcançariam. Isso
é o que nós não conseguimos entender até hoje!
- Certo... - disse SCSI - bem, estaremos
lá fora examinado o local, ok? Qualquer coisa, entraremos em contato.
Folder e
SCSI passaram algumas horas por entre os animais da fazenda, procurando
pistas diversas, mas não encontraram nada. Saíram para o
almoço, fizeram um nova visita à sala de controle quando
voltaram, e continuaram a procura de pistas pelos pastos da fazenda a
tarde, mas também não conseguiram achar nada de estranho.
Só havia um lugar onde eles não havia procurado. Era um
atoleiro, um tipo de brejo que havia logo depois da curva do rio. Acharam
melhor não se meter por lá, pois o carro que a FBI havia
lhes concedido não era muito bom pra andar em terrenos desse tipo,
e outro bom motivo pra não ter nada de estranho lá, era
que o atoleiro estava dentro da faixa de varredura do radar, que não
mostrava nenhum animal por ali. Sendo assim essa parte da fazenda foi
ignorada.
Durante
o turno da noite, enquanto o agente Folder comia seu marmitex fast-food
de comida chinesa do restaurante Ching-Ling, SCSI observava com seu binóculo
os vultos de alguns animais que ainda estava por ai, e eram vistos com
um pouco de dificuldade, pois a única fonte de luz para iluminar
toda a área da fazenda era somente a lua e as estrelas, o que não
ajudava muito.
- Folder!! - gritou SCSI, assustando o agente
Folder que deixou cair os pauzinhos de pegar a comida chinesa - Tem
alguém ali! Está mexendo em um dos animais! Vamos até
lá já!!
Com o susto,
Folder viu que perdera sua janta, então jogou o que restava do
marmitex pela abertura da janela do carro, deu a partida e pisou fundo
no acelerador, assustando SCSI e fazendo com que ela perdesse o binóculo.
Conforme
iam chegando perto do local indicado por SCSI, ia ficando mais claro as
luzes de farol de um jipe que estava ai, e dava para ver também
alguém mexendo em um dos animais. Esse vulto, quando viu os agentes
chegando perto, colocou algo no bolso da calça e entrou rapidamente
no jipe, e saiu em disparada pela fazenda. Folder saiu correndo seguindo
o jipe com o carrinho enferrujado da FBI, o que não ajudava muito.
Foram quase vinte minutos de perseguição quando a pessoa
que estava sendo perseguida passou pelo atoleiro depois da curva do rio,
e como os agentes não estavam preparados, ficaram atolados na lama
do brejo, vendo o jipe perseguido escapar livremente.
Alguns segundos
depois se deram conta de que não estavam sozinhos. Estavam entre
alguns animais que também estavam atolados ali no mesmo lamaçal.
Entre eles estava um touro não muito atolado, mas com lama até
os joelhos, e olhava com uma cara muito estranha para os agentes.
-
Vai até lá desatolar o carro, Folder!
- pediu SCSI.
- Eu não, - disse Folder -
olha a cara daquele bicho ali!
- Ah, vai lá, ele não faz nada.
- insistiu SCSI.
- Ué... se ele não faz nada, então
vai você, oras! - respondeu Folder. Depois de alguns
segundos de silencia, SCSI ainda insistiu:
- Te dou vinte conto!
- Comigo não, violão, olha só
a cara do bicho. - respondeu Folder.
Na manhã
do dia seguinte, Folder e SCSI foram acordados por um homem a cavalo que
estava gritando ali. Era o proprietário da fazenda.
- Eu não acredito! - disse
ele espantado - Vocês dormiram ai no carro?
Porque não desatolaram o carro e voltaram pra sede da fazenda?
Não vai me dizer que vocês estavam com medo do mimoso!?!!
O homem
a cavalo fez uma cara feia para o touro que passou a noite ali com eles,
e o touro saiu correndo ganindo baixinho - caim...
caim... caim...
- Bem... - tentou explicar Folder
- na verdade não foi não, é
que a gente gosta de dormir em carros enlameados de vez em quando!
- Preciso contar uma coisa a vocês... - disse o proprietário,
já descendo do cavalo onde estava - Ontem
a noite aconteceu de novo. Um pontinho verde que estava parado saiu correndo
de repente, mas ontem foi diferente. Ao invés de sair correndo
para a beirada da tela e desaparecer, ele ficou ziguezagueando pela fazenda
por quase vinte minutos e depois seguiu reto até desaparecer do
alcance da nossa tela.
- Então é isso! - disse Folder olhando para SCSI
- A pessoa que vimos ontem estava roubando os
brincos dos animais!
- Sim! - concordou SCSI - Isso explica
porque estão essas vacas todas atoladas aqui no brejo. Elas entraram
aqui, e como não eram rastreadas pelo radar, o pessoal da sede
não sabia que elas estavam aqui. Pois sem os brincos de localização,
elas não aparecem na tela do radar!
- Mas porque alguém ia querer roubar esses brincos?
- perguntou o proprietário da fazenda.
- O tio, - perguntou SCSI - você
não tem um desses brincos soltos ai pra eu dar uma olhada não?
- Tenho sim, - respondeu o proprietário - vamos
até o CPD que eu te mostro um.
Quarenta
minutos depois o carrinho da FBI já estava desatolado, juntamente
com as vacas que já estavam magrinhas depois de passarem dias ali
atoladas sem comerem. SCSI, já no CPD pegou uma pequena chave de
fenda e começou a abrir a proteção externa de um
brinco igual aos usados nos animais.
- De onde você consegue esses brincos?
- perguntou o agente Folder ao proprietário da fazenda, que ainda
estava ali.
- Eu compro da Microbo$ft. - respondeu
o tio.
- Ué... mas você disse que não
usava rWindows aqui! - indignou-se Folder.
- Ora, - respondeu o proprietário
- mas eu não uso mesmo. Só esses
brincos que são da Microbo$ft!
- Vejam! - exclamou a agente SCSI com algo na mão.
Folder olhou
bem aquele objeto que estava no brinco eletrônico. Ele já
havia visto um objeto igual a esse antes. Era um minúsculo cilindro
metálico. Igualzinho ao que a agente SCSI lhe havia mostrado, semanas
antes de tirar um desses objetos de sua nuca, numa pequena cirurgia.
- SCSI... - disse Folder - esse
negócio é um bip. O que você tinha na nuca era um
bip também. Alguém estava querendo te rastrear... E o pior,
esse negócio é da Microbo$ft!
- Mas por que?... - perguntou o tio - Por
que alguém ia querer roubar esses dispositivos dos meus animais?
- Bem.. talvez para tentar mostrar que o seu sistema está com problemas,
daí eles iriam tentar te convencer a tirar esse sistema e colocar
o rWindows mesmo. Daí parariam de roubar esses brincos para dar
a impressão de que o rWindows funciona, já que esses pontinhos
não iriam mais sair correndo pela tela. Bom... não sei se
é isso, mas é uma hipótese!
- Agora, - comentou a agente SCSI - só
resta saber porque a Microbo$ft estava tentando me rastrear com um bip
na minha nuca, por baixo da pele. E com uma cirurgia que eu não
me lembro de ter feito, para colocar esse bip. ...continua...
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