Era um dia
chuvoso em Bauru. Os agentes especiais Fox Folder e Danna SCSI já
estavam chegando na cidade quando viram de longe, apesar da chuva atrapalhar
um pouco a visão, a lona verde e amarela do El Gran Computer
Circus. O que havia de diferente nesse circo, além das atrações
normais, encontradas em qualquer circo, era suas incríveis atrações
do mundo da informática. Folder e SCSI ainda não haviam
visto nada disso, e nem imaginavam como seria, mas essa era a chance de
matarem a curiosidade. Eles haviam sido designados para resolver algum
problema que ainda não tinha ficado bem claro, mas que envolvia
essa parte de informática do circo. Chegando ao local, foram recebidos
pelo encarregado que cuidava de tudo lá, quando não era
hora de espetáculo. Os agentes pegaram ainda mais alguns instrumentos de trabalho no carro e seguiram o Berimbaldo, observando tudo em volta, conforme iam passando pelos currais de treinamento de animais, e outros lugares onde o povo do circo se preparava para os espetáculos, geralmente a noite. Passaram
ao lado da Mulher Barbada, que olhava os dois agentes com acentuada curiosidade.
Viram o Homem-Crocodilo, que tinha a pele marrom acinzentada e muito áspera,
com rugas enormes. Passando ao lado de um caldeirão aparentemente
com água fervendo, viram um estranho homem com a pele toda tatuada
sair de dentro do caldeirão. Talvez se tratasse de algum truque..
talves houvesse um tanque de oxigênio lá dentro, e talvez
a água não tivesse realmente fervendo, tratando-se de gelo
seco. De qualquer forma, permaneceram calados e apenas observando tudo,
enquanto seguiam o jovem Berimbaldo. Continuando com o percurso, Folder
e SCSI, passaram do lado de um treiler, onde ouvia-se uma voz feminina
lá dentro dizendo: No alto do treiler, havia uma placa que dizia Aberrações Computacionais. SCSI deu imediatamente um passo para trás e exclamou em voz alta: - Ê.. tá pensando o quê? Eu não vou entrar ai não... que pouca vergonha... só deve ter baixaria da pior espécie ai dentro! Berimbaldo
ficou olhando-a por uns instantes tentando entender o que houve, enquanto
o agente Folder explicava a SCSI: Entrando
no treiler mencionado, Folder e SCSI iam observando boquiabertos as atrações,
enquanto passavam pelo Micro de Dois Monitores, Mouse com Perninhas, que
ficava dentro de uma gaiola girando algo parecido com uma roda gigante
pequena. Viram também o Drive de 8" (esse eles já
conheciam), o CD-ROM mágico, onde você colocava um CD e o
CD sumia lá dentro, tinha também as Caixas de Som Gagas,
que engasgavam muito quando o micro produzia algum som, e foram vendo
outras aberrações computacionais que haviam no local. Folder e
SCSI se entreolharam. Isso parecia ser um típico caso de inversão
de periféricos... alguém poderia ter acidentalmente trocado
os dois dispositivos. Duas horas depois, estava tudo arrumado, os dois agentes destrocaram os dispositivos, e instalaram os drivers corretamente. Quando os agentes iam saindo do treiler, com Berimbaldo logo atrás, um pequeno mouse passou correndo na frente dos agentes, deixando o fino mas resistente cabo esticado, onde SCSI acabou por tropeçar e bater o queixo no chão. O susto passou logo, mas SCSI aparentemente ainda estava com dor no queixo, e se queixava a todo instante. Eles foram convidados a assistir o espetáculo de logo mais, mas com o problema de SCSI, não foi possível. Os agentes voltaram para o prédio da FBI onde entregaram os relatórios do caso e SCSI foi em seguida a um hospital tirar um Raio-X do crânio. No dia seguinte,
logo de manhã, Folder chegava ao edifício da FBI para seu
dia de trabalho, quando alguém o agarrou pelo braço e o
puxou para o canto. Era SCSI. SCSI encolheu os ombros sem saber responder. ...continua...
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