Impressão Paranormal
Microbo$ft Nega Conhecimento dos Bugs
A Linguagem Está Lá Fora


Episódio 15
Respeitável Público

Era um dia chuvoso em Bauru. Os agentes especiais Fox Folder e Danna SCSI já estavam chegando na cidade quando viram de longe, apesar da chuva atrapalhar um pouco a visão, a lona verde e amarela do El Gran Computer Circus. O que havia de diferente nesse circo, além das atrações normais, encontradas em qualquer circo, era suas incríveis atrações do mundo da informática. Folder e SCSI ainda não haviam visto nada disso, e nem imaginavam como seria, mas essa era a chance de matarem a curiosidade. Eles haviam sido designados para resolver algum problema que ainda não tinha ficado bem claro, mas que envolvia essa parte de informática do circo. Chegando ao local, foram recebidos pelo encarregado que cuidava de tudo lá, quando não era hora de espetáculo.
- Boa tarde. Meu nome é Danna SCSI e esse é meu parceiro, David NumCh... er... Fox Folder, somos da Federeção Brasileira de Informática, e viemos verificar o que esta acontecendo.
- Boa tarde. Meu nome é Berimbaldo, e eu sou o encarregado de tudo aqui... por favor me acompanhem!

Os agentes pegaram ainda mais alguns instrumentos de trabalho no carro e seguiram o Berimbaldo, observando tudo em volta, conforme iam passando pelos currais de treinamento de animais, e outros lugares onde o povo do circo se preparava para os espetáculos, geralmente a noite.

Passaram ao lado da Mulher Barbada, que olhava os dois agentes com acentuada curiosidade. Viram o Homem-Crocodilo, que tinha a pele marrom acinzentada e muito áspera, com rugas enormes. Passando ao lado de um caldeirão aparentemente com água fervendo, viram um estranho homem com a pele toda tatuada sair de dentro do caldeirão. Talvez se tratasse de algum truque.. talves houvesse um tanque de oxigênio lá dentro, e talvez a água não tivesse realmente fervendo, tratando-se de gelo seco. De qualquer forma, permaneceram calados e apenas observando tudo, enquanto seguiam o jovem Berimbaldo. Continuando com o percurso, Folder e SCSI, passaram do lado de um treiler, onde ouvia-se uma voz feminina lá dentro dizendo:
- Vamos, filhinho, vamos tomar banho direitinho, pois o espetáculo de hoje vai ser especial. Me dá a perninha pra eu lavar... isso, agora a outra... isso, agora a outra.... isso, agora a outra perninha. - Folder e SCSI se entreolharam por uns instantes, mas nada disseram, continuaram a seguir o encarregado, quando este parou na porta de um grande treiler e disse: - É aqui!

No alto do treiler, havia uma placa que dizia Aberrações Computacionais. SCSI deu imediatamente um passo para trás e exclamou em voz alta: - Ê.. tá pensando o quê? Eu não vou entrar ai não... que pouca vergonha... só deve ter baixaria da pior espécie ai dentro!

Berimbaldo ficou olhando-a por uns instantes tentando entender o que houve, enquanto o agente Folder explicava a SCSI:
- Não, SCSI... Você não entendeu... esse 'ComPUTAcionais' não tem nada a ver com o que você está pensando.. é referente à COMPUTADORES... sacou agora?
- Ah, bom... agora sim.... Que é, tá olhando o que?
- perguntou a Berimbaldo - Vamos logo, moço!

Entrando no treiler mencionado, Folder e SCSI iam observando boquiabertos as atrações, enquanto passavam pelo Micro de Dois Monitores, Mouse com Perninhas, que ficava dentro de uma gaiola girando algo parecido com uma roda gigante pequena. Viram também o Drive de 8" (esse eles já conheciam), o CD-ROM mágico, onde você colocava um CD e o CD sumia lá dentro, tinha também as Caixas de Som Gagas, que engasgavam muito quando o micro produzia algum som, e foram vendo outras aberrações computacionais que haviam no local.
- Chegamos! - disse Berimbaldo, enquanto paravam na frente de um computador com uma impressora, onde a placa de identificador, dizia Impressora Assassina.
- Essa impressora aqui - continuou Berimbaldo - picava em tirinhas todo o papel que se usava nela. Quando se usava formulário contínuo então, ao invés de folha solta, ela virava uma fábrica de serpentina, que a gente realmente vendia no carnaval. Ela parou de repente.. podem ver o que há?
- Bem..
- gaguejou Folder - Nunca arrumamos uma impressora assassina antes, mas veremos o que podemos fazer...
- Ei!
- interrompeu SCSI - Isso por um acaso não é um daqueles trituradores de papel que aparece em filmes americanos, onde alguém coloca um documento a ser incinerado em cima, e a folha sai picotada em tirinhas por baixo?
- Bem,
- disse Berimbaldo - que eu saiba, é uma impressora, mas verifiquem o que quiserem...
- Tudo bem então, mas você tem o driver dela ai? Aquele disquete ou CD que vem com ela quando você compra..
- perguntou SCSI.
- Tenho sim, vou pegar para vocês. E a propósito... o triturador de papéis do escritório não está picotando os papéis, e sim soltando uma folha a mais junto com o documento que se coloca nele.

Folder e SCSI se entreolharam. Isso parecia ser um típico caso de inversão de periféricos... alguém poderia ter acidentalmente trocado os dois dispositivos.
- Traga o driver do triturador que não está funcionando também, por favor. - disse SCSI.

Duas horas depois, estava tudo arrumado, os dois agentes destrocaram os dispositivos, e instalaram os drivers corretamente. Quando os agentes iam saindo do treiler, com Berimbaldo logo atrás, um pequeno mouse passou correndo na frente dos agentes, deixando o fino mas resistente cabo esticado, onde SCSI acabou por tropeçar e bater o queixo no chão. O susto passou logo, mas SCSI aparentemente ainda estava com dor no queixo, e se queixava a todo instante. Eles foram convidados a assistir o espetáculo de logo mais, mas com o problema de SCSI, não foi possível. Os agentes voltaram para o prédio da FBI onde entregaram os relatórios do caso e SCSI foi em seguida a um hospital tirar um Raio-X do crânio.

No dia seguinte, logo de manhã, Folder chegava ao edifício da FBI para seu dia de trabalho, quando alguém o agarrou pelo braço e o puxou para o canto. Era SCSI.
- Folder, - disse SCSI preocupada - dê uma olhada nisso. - Folder pegou o pequeno vidro que estava na mão de SCSI e começou e examinar o conteúdo. Era um pequeno objeto cilíndrico e metálico, de cerca de 1 centímetro de comprimento. Muito pequeno.
- O que é isso, SCSI? Perdeu o pininho que segura a pulseira do seu relógio?
- Não. Lembra-se do tombo que eu levei ontem? Pois bem.. à noite fui fazer um Raio-X, e apareceu isso na chapa. Então mandei fazer uma pequena cirurgia e tirar esse objeto. Ele estava alongado dentro da minha cabeça, perto da nuca. O que acha que pode ser?
- Nossa!.. Não faço idéia... faz tempo que estava na sua nuca?
- Disseram que sim.. Muito tempo! E sabe o que é mais estranho?
- Não, o que é?
- perguntou Folder.
- Lembra do episódio 6 da primeira temporada, onde a gente vai pra Amazônia e participa daquele ritual estranho?
- Lembro sim... inclusive, na hora de inspirar aquela fumaça de silício queimada, tive visões da minha pequena irmã desaparecida.
- Justamente! E eu tive visões de uma estranha cirurgia que não me lembro de ter feito... mas era isso... me lembrei agora.. naquela visão, a minha cirurgia era na nuca!
- Isso significa que...
- Exatamente!
- disse SCSI. - Significa que aquela cirurgia REALMENTE aconteceu comigo, embora eu não me lembre de nada... e provavelmente foi para colocar esse estranho objeto na minha nuca!
- Mas quem, e com que objetivo?

SCSI encolheu os ombros sem saber responder. ...continua...


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